“Meu primeiro contrato foi no ‘fio do bigode’”

Dominicus Stulp tem 56 anos e é um dos mais experientes Mestres de Obras no Vale do Rio Pardo. Veio ao mundo no dia quatro de agosto de 1964. Nascido no extremo-oeste de Santa Catarina, na pequena cidade de Itapiranga, ele chegou ao Rio Grande do Sul com apenas três anos de idade. Os pais, Anísio e Natália, eram naturais de Monte Alverne (RS). E a infância dele foi marcada pela dura lida na roça ao lado dos irmãos e irmãs. “Eu comecei a trabalhar muito cedo. Com sete anos de idade, já estava com uma enxada na mão”, relembra.

A família morava em uma pequena localidade chamada São Martinho. “Era tudo muito duro. Mas, graças a deus e ao esforço de meus pais, nunca passamos fome. Meu pai nunca se preocupou com luxo, ou com coisas superficiais. O grande objetivo dele era trabalhar duro para sustentar os filhos e toda a família. E deu tudo certo”, emociona-se. Todos trabalhavam em lavouras de fumo. Mas também haviam outras culturas na propriedade dos Stulp. “Tinha de tudo”, brinca.

Ele conseguiu estudar até a 4ª série. Depois disso, precisou largar os estudos para auxiliar na lavoura da família. “Infelizmente, meu pai não tinha condições de seguir na lida sem o nosso apoio. E eu tive que largar a escola para trabalhar na roça”, conta. Em 1992, Dominicus foi morar em Venâncio Aires. Mas ainda permanecia trabalhando nas lavouras. E esse período perdurou até a safra de 1996/1997. “Naquele momento, eu estava cansado de trabalhar pela porcentagem da colheita de fumo e decidi procurar novos ares. Foi quando me indicaram para atuar como servente de pedreiro”.

O ano era 1997. E a primeira obra foi em um prédio de quatro andares, erguido no centro de Venâncio Aires. Mais precisamente na Rua Reinoldo Schmaedecke. “O prédio ainda está em pé”, diverte-se. Depois daquele primeiro empreendimento, Dominicus foi ganhando experiência em outros empreendimentos, até se tornar Mestre de Obras. E 11 anos após iniciar no ramo da construção civil, em 2008, ele foi indicado e apresentado ao fundador da Construtora Zagonel, o empresário José Zagonel.

Dominicus atuava em outra empresa. E José Zagonel buscava um Mestre de Obras para coordenar a construção de um edifício na Rua Osvaldo Aranha, no centro de Venâncio Aires, e onde hoje está instalado o Banrisul. A conversa definitiva ocorreu no dia 14 de abril de 2008. “Tivemos uma conversa muito franca. Lembro até hoje, e com detalhes. Ele pediu o que era mais importante em uma relação de trabalho: o papel ou a palavra. Chegamos ao consenso de que é a palavra. E meu primeiro contrato foi no ‘fio do bigode’, mesmo”, comenta com orgulho.

Depois de finalizado o primeiro empreendimento, Dominicus passou a atuar em Santa Cruz do Sul, a cidade-polo do Vale do Rio Pardo. Por lá, atuou em dezenas de obras residenciais e corporativas. “Estou muito satisfeito em trabalhar com a Construtora Zagonel. Desde o princípio, tudo sempre funcionou pontualmente. Tudo que é combinado, é cumprido. É muito bom atuar em uma empresa séria, onde é possível confiar em todos. Tenho muita confiança no José, e também nos filhos dele. Eu acredito que ainda vou trabalhar muitos anos por aqui”, comenta.

Dominicus teve quatro irmãos e oito irmãs. Dois já são falecidos – um irmão e uma irmã. O restante da família ainda mantém contatos permanentes. “Graças a deus”, reforça. Todos moram no Rio Grande do Sul. Assim como a única filha, hoje com 30 anos de idade. Por fim, ele revela um sonho: conhecer o Nordeste brasileiro. “Eu já estou aposentado, mas faço questão de seguir trabalhando. E quem sabe um dia eu vá conhecer o norte do Brasil”, finaliza o nosso experiente Mestre de Obras, que hoje está coordenando a construção do Edifício NEO Zagonel, em Santa Cruz do Sul.

 

Texto: Agência Lente M

Compartilhe: